Há uma necessidade tremenda de ficar acordado, e marcar os segundos com palavras, as horas com poemas, a noite com criações.
Há uma necessidade enorme de não adormecer, por haver mais um verso para escrever, mais um pensamento para libertar.
Há uma necessidade inquestionável de sentir o frio da noite a entranhar-se corpo adentro, enquanto vagueio, relembrando façanhas de outros tempos, ditando divagações que me mantêm acordado.
Há uma necessidade desmedida de encarar a noite com livros intemporais, em diálogos imaginários com Eça, Camilo, Quental ou mesmo Poe.
Há uma necessidade inviolável de partir, sem destino, sem saber onde verei o amanhecer.
Há uma necessidade calada de dormir, há tanto para fazer, tanto para descobrir e partilhar.
Há uma necessidade extrema de ficar aqui….e escrever até sucumbir à fragilidade humana de cair nos braços de Morfeu.
António Campos Soares
1 comentário:
Gosto! :)
Enviar um comentário