05h31m: Ainda tenho duas horas para dormir.
07h30m: Depois de ter desligado o despertador após um
anunciante one, two, three, four, voltei a adormecer (constantemente peço
mais cinco minutos ao despertador, mas hoje, sem querer desliguei-o).
08h04m:
Acordei cerca de meia hora depois com uma voz feminina muito dócil que
sussurrou o meu nome, “António!”, uma única vez. Abri os olhos lentamente e não
era ninguém, quando julguei ter sentido uma respiração bem junto do meu rosto.
Olhei novamente e não havia mais ninguém ali no quarto.
08h08m: Abri a janela e levantei-me preguiçosamente para
mais um dia em busca de respostas, conclusões, soluções…talvez algumas
considerações também.
Não sei se aquela voz misteriosa seria a minha
consciência a relembrar-me que tinha que acordar para não faltar às aulas.
Tenho a certeza que não! A voz da minha consciência é parecida ou igual à
minha, é aquela voz que ouço nos meus monólogos constantes e plurilingues, na
maioria das vezes, que ocorrem no banho, quando conduzo ou quando tento
combater as insónias.
A verdade é que gostei daquela voz, ainda a ouço
constantemente, agora mesmo, como um eco porque se repete vezes e vezes sem
conta. Quero voltar a ouvi-la, mesmo que não conheça a forma física que a
pronuncia.
Talvez esteja a enlouquecer. Talvez um pouco mais. E a
loucura total tem como pano de fundo vozes assim? Se sim, então, é para lá que
quero caminhar.
Boa noite, noctívagos e noctívagas. Não digo até
amanhã, mas até que essa voz me volte a despertar.
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