A tragédia da vida é
saber que, perante dois caminho bem distintos, ficaremos na
bifurcação e ali acabaremos porque a nossa falta de esperança e
felicidade não nos deixa avançar. Porque não acreditam em nós, também nós, por arrastamento, muitas vezes, desacreditámos nos e,
momentaneamente, sentímo-nos felizes perante a nossa estupidez
porque sentimos uma mão que rapidamente nos afaga as costas, no
entanto, como rapidamente se presta a afagar, rapidamente desaparece
e voltamos a mergulhar na profunda desilusão que tem vindo a
ilustrar as nossas vidas.
É tão infeliz a
bifurcação que se pudesse pedir um último desejo, não preferiria
morrer agora, nem pediria que me levassem para um momento futuro,
onde só há promessas banhadas a ouro. Simplesmente pediria que me
fosse possível voltar a um momento de passado, onde me sentaria
tranquilamente e ali, como quem assista a um filme, e não importaria
se soubesse qual o final, porque depois de tanto desilusão, nada
mais desejo do que acabar e levar comigo, como última memórias, um
final seguramente feliz, ao invés de acabar num caminho cinzento e
húmido como um tumulto aberto, murmurando as mais que conhecidas
palavras dilacerantes de toda a gente, que deixou de sonhar, profere
na esperança de que as minhas lágrimas e a minha miséria regassem o seu jardim de lâminas e espetos que, vezes sem conta,
deixaram em nós inesquecíveis cicatrizes.
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