São sons de fundo:
conversas, sussurros, passos, folhas de papel, músicas, vento,
chuva, mar...
Em determinados momentos,
para alguém avançar, alguém tem que ceder. Outras vezes, alguém
tem que ceder para alguém avançar. Em algum dos casos, jogando correctamente ninguém perderia porque, sempre que há mais do que
uma pessoa no mesmo lugar, não é só um que aprende.
E se cedermos os dois? E
se aprendermos os dois, um do outros, juntando os nossos sons, as
nossas vivências, os nossos saberes, as nossa memórias?
Uma cedência não tem
que ser uma imposição de uma das partes. De imposições estamos
todos nós cansados e, talvez por isso, aprendemos a não ceder,
vendo na cedência um sinal de fraqueza. Seguimos caminho diferentes
mas, em determinado ponto, esses caminhos podem cruzar-se e, aí, não
temos que virar costas um ao outro e voltar a seguir esses caminhos
distintos. Podemos aproveitar esse vértice para comunicar, para
receber e dar recomendações, para pedir ou dar ajuda. Por vezes, há
até caminhos diferentes que se percorrem lado a lado e esse pequeno
espaço que os separa não precisa de ser um muros de impedimentos
para caminhar com palas.
Se me permitires, eu cedo
e saltarei essa pequena distância que nos separa para fazer parte do
caminho contigo e tu poderás fazer o mesmo, que te receberei de bom
grado. Se a distância for maior, estou aqui para me certificar que
não cais num abismo qualquer que possa existir nesse pequeno
espaçamento que aparta os nossos caminhos Há momentos em podemos e
devemos transgredir para quebrar a monotonia que nos envolve. Agora, qual de
nós salta?
Sem comentários:
Enviar um comentário