À beira mar tudo parece
mais sereno ainda que o mar queira mostrar a sua força.
Quando está calmo, faço
barcos de papel e neles embarco os meus sonhos e ordeno que cheguem a
um porto seguro e acolhedor, longe da angústia que está para lá do
que fica à beira mar. Quanto está bravo, atiro nele e nas suas
ondas as minhas mágoas e tristezas para que se dissolvam e encontrem
algum repouso longe.
Estou cansado, mitigado e
esta esperança, outrora mais forte que um colete à prova de bala, é
hoje um casaco de malha desfeito que me dá aparência de mendigo. E
quem sabe, sou mesmo um mendigo, não à procura de esmola, mas sim
de um porto de abrigo.
Sem comentários:
Enviar um comentário