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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

"A Morte do Autor" (Barthes, 1987)


O nascimento do leitor tem de pagar-se com a morte do Autor.”
Há já vários anos que o Autor reflectia sobre as palavras de Roland Barthes, tentando encontrar nelas algum sentido para a sua moderna existência e para o seu futuro, ora trémulo ou pungente, ora corroborado ou exaltado. Todos esses anos, sob reflexões sobre essas palavras de Barthes, foram também os necessários para o Autor produzir a sua última obra, que seria a mais brilhante e aclamada. Este foi o tempo profícuo da sua existência, da sua vida, talvez da sua longa linhagem, da qual não contarei já o desfecho.
Desde o final da Idade Média, com o Renascimento e os seus ideais humanistas antropocêntricos de afirmação do indivíduo, com o racionalismo francês, com a Reforma Protestante, com o empirismo inglês, com o positivismo, instalou-se no mundo ocidental a família do Autor, uma estirpe centrada no “prestígio pessoal do indivíduo”. É uma família com imensos membros que começaram a afirmar-se e a vigorar, um pouco por todo o lado, detendo a autoria de tudo o que iam produzindo, criando uma cisão com o anonimato ou colectivos anteriores dos apreciados cancioneiros.
A verdade é que ainda hoje os vários membros deste clã Autor reinam na história da literatura, nas biografias dos escritores, em revistas, em jornais, em entrevistas, nas críticas devido à incapacidade dos críticos em dissociar a obra e a pessoa que a produz, na feroz necessidade de encontrar na obra os gostos, os ideais, as paixões, a pessoa, o carácter autobiográfico do Autor, levando a que a imagem da literatura destes tempos seja “tiranicamente centrada no autor”.
De facto, o Autor detinha, na sua enorme mansão, um grande espólio de recortes, registos de tudo aquilo que havia sido centrado nele: entrevistas, resenhas e críticas literárias, biografias oficiais e não oficiais, autorizadas e não autorizadas, artigos de jornais ou de blogues, estudos que entrelaçam o escritor e a obra. Tudo isto estava num mausoléu que criou, como um santuário, o seu próprio santuário, que ele próprio venerava mas que, nesses últimos tempos, pensando nas palavras de Barthes, havia descuidado e o pó amontoava-se sobre todos aqueles livros, a luz ia fazendo desaparecer as letras dos recortes, assim como a humidade os ia fazendo apodrecer.
Anteriormente, o Autor queria ser ele próprio conhecido através da escrita que considerava sua, de uma linguagem que também pensava ser sua, de tudo que cria ser centrado em si. Mas a escrita não era sua, a linguagem também não o era. Nada era seu, a não ser a mão que escrevia e a vontade! Primeiro estranhou: o seu mundo, até ali tão idílico, aparentemente inefável e tão seu, abalou-se, desmoronou-se, desconstrui-se. Depois entranhou-se: a sensação era boa, sentia uma liberdade correr em toda a sua inspiração. A linguagem passou a falar por ela própria e não o Autor, que sentia a magia de desaparecer, como um mago, deixando apenas um pouco de magia que daria liberdade total a quem a recebesse. A performance descentralizou-se assim, passando do “eu” para a “linguagem”, dando seguimento à poética de Mallarmé: “suprimir o autor em proveito da escrita”. É isto que passa a ser importante para esse intitulado Autor que, assim sendo, já não é mais Autor, mas simplesmente aquele que escreve. Durante algum tempo, o Autor invejou Proust pelo sei feito de, ao invés de passar a sua vida para o romance, fazer da sua vida uma obra. Depois descobriu o seu próprio caminho.
Previamente, durante o Surrealismo viveu um período de eremitismo. A ideia de partilhar um texto com alguém, de experimentar uma escrita a vários fazia-lhe confusão, provoca-lhe náuseas por ter de misturar uma substância, que considerava tão sua, com a de outrem, que provavelmente nunca havia conhecido. Sentiu raiva com o contributo dos surrealistas “para dessacralizar a imagem do autor”, que fez do Autor aquele que simplesmente escreve, passando a linguagem apenas a conhecer o “sujeito” e não a “pessoa”. O Autor, isolado em sua ermida, sentia a dor de algo que considerava uma doença que acometia outros membros da sua estirpe e, esse foi um tempo diferente, não produziu nada.
Após esses tempos de isolamento, novas tendências vieram e o Autor ia ficando atento, no entanto, mantendo a sua distância, preservando a sua integridade de Autor. Continuava sem escrever, aumentava-lhe a angústia dessa solidão, desse individualismo, desse reconhecimento massivo impertinente em tudo aquilo que escrevia e do qual nunca conseguia dissociar-se. Mas, eis, que chegou o dia e muralhas de conceitos e ideias se demoveram para deixar entrar em si algo novo, algo conquistado por uma liberdade que no fundo, sem que o soubesse, lhe agradava. Nasceu em si, então, o scriptor. Começou a fazer sentido em si o aqui e o agora, ao invés de eternidades monótonas que com ele se arrastavam, como correntes das quais não conseguia libertar-se. Esse seu íntimo scriptor nasceu quando começou a escrever o seu texto, esse derradeiro texto de liberdade, que será delegada, de dimensões múltiplas, entre matrimónios e uniões de escritas variadas, que originam novas escritas, sem que nenhuma delas fosse contudo original, quando sem amarras oferecer o texto ao mundo. Assim, já não detém, como anteriormente, quando acerrimamente se afirmava como “o Autor”, paixões, impressões, sensações, sentimentos, ilusões, “mas sim esse imenso dicionário onde vai buscar uma escrita que não pode conhecer nenhuma paragem”.
O Autor, agora ancião, mas dotado de uma nova perspetiva plena de liberdade, sua e dos que receberem o texto que escreveu, já não procura impor-se à sua obra ou impor ao seu texto um último e derradeiro significado, castrando o desconstruir que possa vir a ser processado pelo leitor para deslindar o que lê, fazendo disso “coisa” do passado, dos seus antepassados retrógrados.
Após todos esses anos, o Autor encontra um herdeiro, que nunca imaginou vir a ter. Todo o seu individualismo e tentativas de exaltação levaram ao seu isolamento, a uma envelhecer solitário. Desconstruíram-se, então, ideias e pensamentos tidos como verdades absolutas e, assim, um texto passou a ser “feito de escritas múltiplas, saídas de várias culturas e que entram umas com as outras em diálogo, em paródia, em contestação.” No entanto, há um lugar, alguém onde tudo se encontra e esse alguém é o herdeiro do Autor, que passou a scriptor, o leitor, alguém que até li nunca tinha sido valorizado. É este leitor que dará vida ao escrito porque é para ele que, afinal de contas, o escrito conflui.
Terminado o seu texto, o Autor em tempos, agora scriptor, consciente da realidade e da liberdade que se propõe a delegar, após entregar o texto ao leitor, bebe o seu derradeiro cálice de licor onde acrescentou algumas gotas de cianeto porque “o nascimento do leitor tem de pagar-se com a morte do Autor”. Era uma bela tarde de primavera e o sol brilhava no horizonte. Na mesa onde se sentava, de frente para uma jardim que começa a ganhar imensas cores, restou uma carta que serviria de testamento e havia um único pedido:
“Por toda a felicidade e tranquilidade que a escrita me trouxe, pelo sentido que ela deu à minha débil existência, nestes derradeiros anos e pela companhia que me foi oferecida pelo scriptor, peço gentilmente que não tirem liberdade ao derradeiro texto que envio ao mundo, que quando lido será do leitor e não meu, e, ao invés de um nome, vigente durante séculos, que comigo quero enterrar, conste apenas o scriptor”.
O texto percorreu o mundo, em várias línguas até, como nunca havia acontecido, e, respeitando a último pedido de quem escreveu, sem que ninguém soubesse quem era o misterioso “o scriptor”, o texto foi desconstruído inúmeros vezes, deslindado pela milésima vez, lido vez sem conta porque ninguém sabia que paixões alheias procurar, que pessoas procurar. Afirmou-se o aqui e agora, rodeado de “sujeito” e não “pessoas”. Era um texto sobre a loucura e ninguém sabia se essa era a loucura do Autor, que ninguém conhecia, do scriptor, do “sujeito”, da “pessoa”, do leitor, de alguém. Era a loucura para quem quisesse vivê-la, para quem quisesse experimentá-la, interpretá-la à sua maneira e seria sempre diferente, dependendo do aqui e do agora, da circunstância da sua leitura.




António Campos Soares



Bibliografia específica

BARTHES, Roland – “A morte do autor”, O rumor da língua. Lisboa: Edições 70, pp. 49-53

domingo, 10 de abril de 2011

Ainda podemos travar o acordo ortográfico...

"Para quem acha que o Acordo que agora se propõe é bom, ficam aqui
algumas razões:

1. Este é apenas o 1º de outros acordos que se seguirão, diz-se até
que este foi insignificante, se este prosseguir, os outros serão
imparáveis. O que virá nos próximos? Se lá se fala "tu quer" (Gaúchos)
ou "você quer" acho que iremos um dia falar igual.

2. O "C" de Directo serve para algo. Para os Brasileiros é mudo porque
eles acentuam todas as sílabas como os Espanhóis. Nós não, precisamos
de ter o "C" para nos dizer que "directo" é lido como "diréto", senão
seria como coreto ("corêto"), cloreto ("clorêto"), luneta ("lunêta"),
não dizemos "lunéta" nem "cloréto" nem "coréto" não é? Vamos ler
"direto" como? "dirêto"? Enfim, o "C" serve para algo cá, no Brasil
não, mas cá serve.

3. Vai ser bonito falarmos Egipto com o P e lermos Egito sem o P. E
como as crianças aprendem o que é Egipto na escola e não em casa (não
andamos a falar no Egipto a crianças de 3 ou 4 anos), irão aprender a
falá-lo como "Egito" sem "P", mesmo que os pais falem com "P".

4. Vamos ensinar um Inglês como? Dizer-lhe «olhe, você aqui lê EGITO
mas NESTE CASO específico, fale "EGIPTO" finja que existe lá um "P"
imaginário, finja que é como o "EGYPT" do seu país, mas escreva só
"EGITO" não tente perceber, o Português é assim! E olhe há egípcios,
egiptólogos, tudo tem P mas no Egipto é EGITO, sem "C"!» - É isto que
vamos dizer ao ensinar Português?

5. E que mal tem "pêlo" ter o acento? É mais bonito escrever: "agarrar
o cão pelo pelo"?...

6. Não há qualquer desvantagem em em existir Português-PT e
Português-BR, como há Inglês diferente em UK e USA (doughnut e donut),
como com o Espanhol onde "coche" na Espanha será "carro" na América do
Sul, etc. Cá só há desvantagens e custos com o Acordo. Seremos o único
ex-colonizador a escrever e falar como a colónia (por algum motivo
obscuro). Não nos entendemos assim? Só pouparíamos dinheiro e
neurónios.

7. Peçam a um Brasileiro para dizer "Peniche" e verão a palavra que
sai de lá. Isto porque o Português-PT tem muito mais riqueza fonética
e até linguística que o Português-BR. Aprendemos facilmente o
Português-BR e eles não aprendem tão facilmente o Português-PT porque
lhes falta essa prática no range maior de sons que a nossa língua
contém, havendo até quem diga que somos os melhores a aprender línguas
e sotaques devido à riqueza da nossa língua. Vamos aproximar-nos do
Português-BR porquê?

8. Corretora Oanda, movimenta triliões por ano, é a maior corretora
cambial do mundo, traduziu os seus manuais para Português-PT. Isso
mesmo, nada de Acordo, nada de Português-BR. Português-PT. Porque
vamos nós andar a alterar o Português e mostrar-lhes que afinal
fizeram a escolha errada? Entre muitas outras empresas.

9. Querem que os livros escolares de 2012/13 sejam já com o novo
acordo. As crianças serão ensinadas neste primeiro passo a lerem e
escreverem de forma diferente. Não é assim opcional a mudança como nos
querem fazer querer. A mudança é obrigatória, é imposta nas escolas,
já está nos media, etc. Não podemos escolher continuar como estamos
porque daqui a uns anos será mesmo errado. Os Brasileiros cortam "C" e
"P" e podem ler da mesma forma, nós não!Esqueçam a dupla grafia...

10. O que é que o povo mandou? Inquéritos em que umas 65% das pessoas
rejeitaram o acordo, umas 30% não saberem o que é e o resto diz que
sim? E que salvo erro umas 28 em 30 universidades e editoras
consultadas disseram que não? Além de muitos linguístas? Porque é que
é aprovado o acordo contra a vontade do próprio povo? Mesmo uma
petição com 120.000 assinaturas foi apresentada a 50 deputados dos
quais 49 faltaram e uma apareceu e ignorou. Para ir mesmo à
Assembleia, só com uma ILC!

11. Os Portugueses devem estar mesmo no fundo. A falar do glorioso
povo do passado e ninguém quer saber da língua. Os Espanhóis nunca
aceitariam um acordo destes para os obrigar a falar como os
Argentinos! Os Bascos, são apenas uns 100.000 ou 200.000 a falar
Basco, nunca desistiram até ao fim e agora têm até a língua Basca como
oficial no seu pequeno "país". Só o Português é que deixa andar e
desleixa a língua e deixa que outros façam o que querem dela...

12. Estamos nós a defender letras como "C" em Directo que realmente
não são inúteis, têm a sua função, e lá fora há línguas que mantêm
letras desnecessárias, como "Dupond" ou "Dupont" em Francês que nunca
apagaram nem apagarão o T só porque não é lido!! Vamos apagar porquê?
Somos burrinhos e é difícil para nós percebermos para que servem?

13. Há mais falantes nativos de Inglês mais Espanhol juntos (Espanhol
mais ainda que Inglês), que passam de um bilião de nativos, e mais de
2 biliões de falantes não nativos das mesmas, do que os 200 milhões de
Brasileiros.Estarmos a afastar a língua de 2 biliões de pessoas para
ficarmos mais próximos do Brasil é disparate. Mais uma vez, para
facilitar a vida aos Brasileiros, vamos dificultar a vida a quem quer
aprender Português lá fora e tornar a língua inconcisa como visto
acima. Vejam: "Actor" aqui, "Actor" no Latim, "Acteur" no Francês,
"Actor" no Espanhol, "Actor" no Inglês, "Akteur" no Alemão, tudo com o
"C" ou "K", e depois vêm os Brasileiros com o seu novo: "Ator" (devem
ser Influências dos milhões de Italianos que foram para o Brasil e
falam "attore"). Algumas outras: Factor, Reactor, Sector, Protector, Selecção, Exacto, Baptismo, Excepção, Óptimo,
Excepto, etc., "P", "C", etc. Estamos a fugir das origens, do mundo,
para ir atrás dos Brasileiros. Quanto amor não?

14. Alguém quis saber do resto das colónias que não falam da mesma
forma que os Brasileiros? Só o Brasil é que interessou ao Acordo (já
que Portugal foi o que cedeu).

15. O Galego-Português da Galiza, o da variante da AGLP, é mais
parecido com o Português de Portugal neste momento que o próprio
Português-BR. Os Brasileiros têm alterado a língua sem se preocupar
com o resto do mundo, porque é que temos de ser nós a pagar pelos seus
erros e prepotência?

16. ODEIO instalar um software e ver que vem tudo em Português do
Acordo, e fóruns também, em que uma votação é uma "ENQUETE" (sei lá
como foram inventar isto), em que um utilizador é um usuário, em que
"apagar" é "DELETAR" (do "Delete" Inglês, por incrível que pareça nos
seus dicionários), ou Printar, ou etc. Por vezes sou obrigado a
utilizar softwares em Inglês para aguentar... Como haverá agora
Português-PT e -BR ao gosto de cada um, se só existirá um "Português"?
Eu quero sites e softwares que eu entenda e na minha língua e isso SÓ
É POSSÍVEL mantendo o -PT e o -BR separados! Senão será tudo misturado
para sempre! E depois lá vamos nós
"enquetar" (votar) e coisas assim...

17. A prova do ponto 16, é que o próprio Google Translator já só tem o
"Português" e tudo o que escreverem ficará no Português-BR, e até
"facto" que ainda não mudará já aparece lá como "fato", é bom que nos
habituemos pois será o que virá nos próximos acordos, bem como "oje",
"abitação", etc.

18. No Brasil mesmo não sofrendo as alterações que temos, há milhões
contra o acordo também por coisas tão insignificantes como o acabarem
com o "trema"!!! Vejam na net!! E nós com alterações tão brutais,
ainda estamos contentes e sem fazer nada!!!

19. Existirão sempre pseudo-intelectuais em todas as línguas que irão
dar a vida pelo acordo (sem querer ofender ninguém), achando que é o
ideal, e que salvará o país e que dará emprego ao país, e até que sem
isto a lígua Portuguesa morre e haverá um "Brasileiro". A variante
Português-BR nunca poderia ser uma língua independente como
"Brasileiro" só pelas alterações que fazem, não há esse perigo, teria
de ser radicalmente mudada (nunca acontecerá) de propósito para o
efeito. Não inventemos. A variante Português-BR nunca poderia ser
considerada outra língua. E não deixem que pseudo-intelectuais nos
tratem como burros só porque defendemos a língua.Tudo o que é chicos
espertos e pessoal com manias irá para a defesa do acordo (existirão
também pessoas decentes a defendê-lo é certo).

20. Nada impede que haja uma espécie de concordância mais simples em
que digam apenas que incluímos palavras deles e nossas num dicionário
universal mas SEM IMPOR regras a ninguém, e que no futuro cada um dos
países só alterará a SUA PRÓPRIA variante com acordo dos outros, sem
impingir aos outros essas mudanças, apenas para evitar que as mudanças
no Brasil possam ir ainda mais longe e arruinar ainda mais o
Português. Nada impede isso.

21. Com o Português unido, qual ficará a bandeira oficial? Já vejo por
todo o lado a bandeira do Brasil no Português, mas se tivesse Brasil
para Português-BR e a Portuguesa para Português-PT, ainda era
aceitável, apesar de sabermos que só há uma bandeira oficial que é a
Portuguesa, mas é difícil impedir o patriotismo Brasileiro, mas com
tudo unido, haverá a tendência das empresas para adoptarem a bandeira
do país que tem mais população, o Brasil, mais valia termos variantes.

22. Cada vez que me lembro que lá já escrevem quase todos "mais" em
vez de mas" porque falam no fundo "mais" com o sotaque e eles têm a
tendência de passar para a escrita a forma como falam, no futuro não
será de admirar que nós sejamos em futuros acordos obrigados a
escrever também: "eu fui lá MAIS não vi ninguém"...

23. EXISTEM FORMAS DE TRAVAR ESTE ACORDO! Petições ou clicarmos num
LIKE no Facebook não faz nada. Há uma ILC em movimento que será
entregue em breve, prazo final para impedir esta desgraça. É chato
porque temos de imprimir um miserável papel e enviá-lo, porque é
entregue na Assembleia, mas quem é que diz ser contra e fica sem agir?
Se 20 pessoas assinarem, fica a 2 cêntimos cada o envio dessas
assinaturas para o correio. É só colocar num marco de correio! Houve
uma ILC antes, e entrou na Assembleia, e anulou uma lei de
Arquitectura. As ILC's podem ter esse poder. É uma forma do POVO
LEGISLAR. Do povo criar leis, e acabar com leis. O governo fez isto
sem apoio de ninguém e nós podemos tentar fazer algo para corrigir.

24. Há mil outras razões para dizer não ao acordo, mas... para quê?
Estas não chegam?

25. Para terminar fica uma frase de Edmund Burke: "Tudo o que é
necessário fazer para que o mal triunfe, é que os homens bons nada
façam." Neste caso, tudo o que é necessário fazer para que o Acordo
triunfe, é que NÓS continuemos à sombra da bananeira, e deixar o tempo
passar. Porque o Acordo foi aprovado e se ninguém lutar contra ele,
ele já cá anda.

Se estas razões forem sufientes para vocês, ou se pura e simplesmente
querem um Acordo mais bem feito, então vamos agir. Basta uma
assinatura e as instruções estão no site acima.

Nada é garantido à partida mas vamos-nos ficar sem dar luta?

Se não quiserem assinar, por favor enviem aos vossos contactos.

SOMOS PORTUGUESES E TEMOS DIREITO A MANTER A NOSSA LÍNGUA

Vítor Cardoso
http://www.aquarianus.blogspot.com"

terça-feira, 29 de março de 2011

Poemas de Nós - Antologia Poética

Um agradável e nostálgiso ebook onde aparece o poema meu, Velha Amiga (p. 76), conforme a sua primeira publicação!
Desde já, bem hajam pela iniciativa!

Myebook - Poemas de Nós - Antologia Poética - click here to open my ebook

Abraço

sábado, 3 de julho de 2010

Cíclico?

O Barroco é estilo profundamente definido pelo horror do vazio e simplicidade, no entanto, hoje vou pegar noutro aspecto do Barroco!
Vamos analisar a sociedade, o público, em geral, relativamente ao meio artístico. Considero que o número de alnalfabeto (ou analfabrutos também, digo eu e outros também, com toda a certeza) culturais tem aumentado fulminantemente.
Este público fica-se por aquilo que é demasiado fácil (se apenas fosse fácil, considero que o mal seria bem menor), por aquilo que não faz pensar, pelo fútil, pelo inútil, pela standardização de ideias, sem que se levante uma única questão do sentido das coisas. Aceita-se e dão-se por satisfeitos!
Revolto-me quando vejo projectos geniais esquecidos ou obrigados a fugir desta terra tenebrosa, onde reina a ignorância e os carneiros seguem as directrizes daquilo que todos fazem, daquilo que não é apontado como "não tem jeito nenhum", deixando o gosto, o prazer, o deleitamento no esquecimento! Dói-me trabalhar e ver que o prazer apenas é aproveitado por poucos, pois, os muitos não querem ter o trabalho de pensar e descobrir, preferem barrar sempre a mesma manteiga, da mesma maneira, no pão, em vez de experimentar provar o pão com outras coisas!
Preferem pagar balúrdios por um jogo de futebol do que andar 10 minutos a pé e ver um concerto ou um teatro gratuitamente, ou dar 2,5€ por um espectáculo culto.
Preferem ver pernas a abanar em cima de um palco de miúdas que desgraçadamente as exibem, em trajes menores horríveis, por vezes em gélidas noites de Inverno, do que algo realmente tradicional. Continuam a fazer da mulher um objecto e babam-se os ignorantes que quanto mais perto se puderem chegar do palco melhor.
Revolta-me esta profunda ignorância que marca este país, que não sabe ou não quer andar para a frente, abrindo novos horizontes e prefere continuar a viver nas profundezas do passado e deviam vir por aí alguns salazares e arrumar com este malta nova que anda para aí com ideias malucas!
Que propôr para tudo isto?
Bem, teremos que arranjar uma maneira para aplicar três importantes conceitos do Barroco, cuja sociedade também era analfabeta (por não saber ler e escrever, mas aberta para receber as novas artes): docere, delectare et movere!
Precisamos de investidas fortes que permaneçam!
Artistas e aspirantes a artistas, amantes e apreciadores das artes, mecenas de todo o lado, que vos parece a ideia de uma alfabetiação cultural, ao nosso bom gosto?
Bem hajam,


António Campos Campos

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Internem eternamente esta gente...

"Nos últimos dias, um vídeo exibido no Jornal Nacional, da TVI, deu a conhecer ao mundo uma fã de Tokio Hotel que, de braço autografado de fresco, garante que nunca mais o lavará, e uma menina ainda mais nova a quem essa promessa deixa estupefacta."

(http://blitz.aeiou.pt/?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/59876)




Digam lá, esta criatura não merecia dois pares de estalos e ganhar vergonha na cara?
É caso para dizer (como muito bem já eu ouvi dizer):

"A senhora vá ser burra lá fora!"

This is so fuckin' INSANE!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

EB 2 3 Bernardino Machado (22.03.2010)

"Para o poeta António,

Adorámos a tertúlia orientada por si. Além de uma tertúlia sobre a poesia, mais do que uma conversa, na qual cada um deu a sua opinião, foi uma oportunidade para mostrarmos o nosso interesse pela poesia e recebermos uma opinião sobre textos nossos.

Desejamos-lhe muitas felicidades poéticas e que a sua banda musical tenha muito sucesso.

Continue a ser um poeta cheio de sonhos e que sonhe sempre muito.

Um beijo das alunas do 9º B da escola EB 2/3 Bernardino Machado,

Sandra Rodrigues

Cátia Magalhães

Cíntia

Ângela

Adriana

Lisandra"




Um grande obrigado pela oportunidade e pela atenção com que receberam as minhas palavras,

António Campos Soares

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tokio Hotel (Há coisas que me irritam - pais que não sabem a diferença entre o "Sim" e o "Não"!

"As fãs que acampavam à porta do Pavilhão Atlântico, em antecipação do concerto dos Tokio Hotel naquela sala, marcado para 7 de Abril, foram impedidas pela polícia de permanecerem no local.
(...)
As admiradoras foram igualmente impedidas de continuarem a pernoitar à porta do Pavilhão Atlântico e só poderão voltar a fazê-lo a partir de 5 de Abril, diz o Cotonete."

http://blitz.aeiou.pt/?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/59424

Confesso que detesto os Tokio Hotel, é verdade! Que são aquilo a que o Kurt Cobain chamou (e muito bem chamou) de "putas da indústria musical". Quem quiser que os ouça, quem quiser que opte por outros caminhos e ouça música que realmente tenha qualidade, mas não é de música que hoje vou falar, pois, se assim, muito haveria para dizer e não estou com vontade de proclamar nenhum "evangelho"!

Pois, então, vou directo ao assunto:

Será que essa "canalhada ou pitalhada" (peço desculpa pelo termo mas não consegui encontrar melhor) não tem quem lhes saiba inculcar decência ou chamar à razão? (Que fique bem saliente que não estou a incentivar a que não vão ao concerto. Quer dizer, era dinheiro, saúde e neurónios que poupavam).

Eu cá ainda sou do tempo em que os pais diziam não e eu nem reclamava! Tempo em que os pais só andavam comigo ao colo quando eu não sabia ou não podia andar, tempo em que os pais ensinavam que há tempo para tudo! Felizmente, apesar destes exemplos ridículos presenciados na artigo acima, ainda há pais decentes!
Quantos a estes bons pais, um grande obrigado e que assim continuem (Bem Hajam)!
Quantos aos "papazinhos deixa-deixa", pouco sou ainda para dizer como educar, no entanto, lembrem-se que entre "sim" e "não" existe uma grande diferença (uma diferença abismal), a diferença que poderá mostrar a postura dos vossos filhos para a vida! E não se esqueçam que depois do mal feito, já tudo estava previsto!
Estes "paizinhos deixa-deixa" (gentes que são também responsáveis por muitos casos lomentáveis que ocorrem nas escolas) a quem eu passaria um atestado de estupidez, deixam que as suas criaturas se metam na "boca do lobo", pois, ultimamente a criminalidade (furtos e violações) tem aumentado drasticamente, ou será impressão minha e de um pequeno grupo de "malucos"?
Se, nos meus 15 anos tentasse fazer isso, um sopapo bem dado servia perfeitamente para que, e com razão, essa ideia infeliz desaparecesse! (Obrigado pai, obrigado mãe)
Enfim, daqui poderíamos partir para muitos outros casos e situações infelizes fiéis ao nosso país, mas não me apetece partir por aí...

Como diz o meu pai "O verdadeiro amigo não é apenas aquele que diz sim, mas também aquele que sabe dizer não"!
E que não são os pais senão os nossos melhores amigos?

Obrigado, pai e mãe, pela educação!

António Campos Soares

terça-feira, 10 de junho de 2008

Latim: Mas que raio de disciplina!

Geralmente, no fim do almoço, vou até ao "tasco" para tomar um café e ler o jornal. É sempre bom saber o que se passar por aí.
Ora hoje, quando estava a ler o JN deparei-me com um pequeno artigo, no fundo de uma coluna:

"Ensino
Aulas de Latim caem em desuso
Os alunos a aprender Latim diminuíram 80% nos últimos dois anos lectivos, o que leva especialistas a temer desaparecimento de uma disciplina que dizem facilitar a aprendizagem de outras línguas. Este ano, estão inscritos no exame final de latim 313 alunos, contra 1651 de há dois anos. E só 4% das escolas secundárias têm a disciplina."

Este facto deixa-me realmente preocupado: como se pode aprender devidamente português (ou outra língua latina) sem se conhecer o mínimo das bases das suas origens?
Eu sou um sortudo, ainda fui um dos 1651. É verdade, eu tive Latim e não imaginam o jeito que me tem dado. Graças a essa disciplina que está a cair em desuso consegui "safar-me" bastante bem em Linguística Descritiva, cadeira que tanto assombra grande parte dos alunos do meu curso, Línguas Aplicadas. É graças ao Latim que tenho uma maior facilidade para estudar espanhol e francês e assimilar as declinações em russo. Mas, ainda mais importante, é graças a esta língua morta que estruturei boas bases gramaticais e léxicas relativamente à minha língua materna.
Imaginem que agora a nos seminários o latim está a ser esquecido: a minha turma foi a última a beneficiar desta disciplina, as turmas que vieram posteriormente conseguiram-se "livrar".
E quando saí do seminário, foi o cabo dos trabalhos para arranjar uma escola onde pudesse concluir o 12º ano com latim. Acabei por ficar cá na secundária de Joane, mas éramos apenas três alunos. Fantástico, hein?
Talvez o motivo de o ensino do Latim estar a cair em desuso se deva ao facto de esta disciplina não estar na moda....Talvez se alguém se lembrasse de a publicitar numa determinada série televisiva tão "aliciante" para muitos jovens, o Latim poderia voltar a estar na moda...
Um agradecimento ao autor do artigo por recordar a gravidade da situação, uma informação útil e importante!


António Campos Soares