sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Músicas para Escrever X, Alcest - Ciel Errant



Entra e senta-te comigo. Falemos e partilhemos, dizem que o fim poderá estar próximo mas, francamente, isso não passa de uma paródia dogmática inventada por alguém, cujo interior foi esculpido pela inveja e limitações, numa tentativa de se rir do medo de outros que, sem pensar, deixam de viver para se agarrarem a tudo aquilo que pensam ter como garantido. Não vais levar nada desta vida, a não ser o que viveste!
Vamos encontrar esse alguém e colocá-lo-emos neste aquário que tenho guardado, fazendo bolinhas (glu-glu-glu) que, de tão pequenas e insignificantes, não têm uma réstia de ar que solte uma vogal. Rir-nos-emos, gozando a vida, que fervilha em nós, debaixo de um céu errante que, a cada dia, nos dá mais esperanças, mais sonhos, que nos convida a dormir tranquilos nas suas nuvens moldadas pelos mais íntimos e infantis desejos da nossa imaginação.
Não há vida sem sonhos, não há sonhos sem desejos, não há desejos sem vontade, não há vontade sem esperança, não há esperança sem vida e, ainda que essa vida seja pouca, vamos transformá-la, vamos conquistá-la, vamos torná-la nossa, reclamá-la nossa por direito e, à medida que for crescendo, vamos partilhá-la, vamos congregar gente aos nossos sonhos, vamos trazer essa multidão para este céu de uma energia imparável e instigador dos mais belos sonhos, vamos ser errantes como ele e não restar no mesmo porto conformados à espera de um apodrecimento prematuro, que nos conduza a uma inutilidade desenhada detalhadamente por remorsos.
Chega de lamentações, chega de nos reprimirmos, chega de nos limitarmos, chega de nos contermos. Queres correr nu à chuva? Corre, agora! Queres abraçar ou beijar alguém? Abraça e beija, agora! Quantos minutos temos de vida? Quantos para esta explosão eterna de felicidade que queremos renovar a cada dia? Vive e, mais do que deixar viver, faz viver! Grita o "vive" imperativamente! Vem, parte comigo. Seremos protegidos pelas asas de anjos que, ganhando vontade própria, decidiram não nos invejar, mas habitar esta vida, debaixo deste céu, connosco e sentir, como nós sentimos. Vivemos? Não respondas com palavras, sorri! 




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