Quando confrontado com
abismos tentadores, que encantam como curandeiros com remédios para
algumas dores e opressões, agradeço não me ser possível recorrer
a eles. Quando confrontado com o cano do revólver arranhando-me o
céu da boca, agradeço que a bala não possa ser disparada
disparada. Quando confrontado com a corda bem justa ao pescoço,
agradeço que ela se rompa se, por algo motivo, acabar por saltar.
Se saltasse, se
disparasse, se me pendurasse ficaria a dor e a opressão por se
libertarem e o meu cadáver estilhaçado lá no fundo do precipício,
o rosto parcialmente desfigurado, o pescoço com um colar tatuado
pela esmagadora força da corda, não teriam libertado nada e apenas
perderia o albergue de uma espírito melancólico que vagueia entre
várias falésias numa incessante busca de respostas.
E volto ao ponto de
partida pelo mesmo caminho que percorri para este fim de curso porque
todos nascemos para viver e resistir. O caminho de volta é mais mais
sinuoso, ainda que a vida esteja salvaguardada por momentos, que
podem ser estendidos, no entanto, o âmago não se cura com remédios passageiros ou antibióticos tomados pela metade. Tudo isso, a seu
tempo, apenas fortalece os vírus que destroçam o interior, que já
é pouco mais do que um mundo num período pós-apocalíptico.
Não
quero morrer gradualmente, perdendo uma víscera de cada vez,
vomitando remorsos, tossindo arrependimentos ensanguentados!
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