quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Músicas para Escrever XVII, Epigram - The Beginning Of Anything


O palco estava cheio de músicos e o auditório repleto de gente, que falava, sussurra, ria mas, de repente, quando as primeiras notas do violino soaram, todos desapareceram. Apenas ficou no palco aquela silhueta iluminada por um débil fio de luz, oscilando enquanto acompanhava o movimento do seu arco.
A tela enorme que limitava o final do palco foi ganhando profundidade e viam-se montanhas longínquas, das cadeiras agora vazias foram crescendo árvores ancestrais, o tecto foi-se abrindo dando lugar a um céu limpo e azul, o palco transformou-se numa clareira e dos instrumentos foram desabrochando flores, de todas as cores, feitios e belezas...
Eu estava longe e ao mesmo tempo tão perto, rodeado por todo aquele acontecimento. E aquela silhueta ia tocando e criando mais paisagens das quais nunca sonhei fazer parte e eu era parte dessa melodia.
Quando o arco parou, não houve palmas, mas reinou um silêncio profundo de olhares fixos e perdidos, que procuravam algo mais. Afinal onde estou?
Olho para o chão, de novo o palco de madeira, é agora a minha deixa.





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