Detive-me perante essa
árvore de tom vermelho e com pequenas folhas em forma de estrelas.
Nesses poucos momentos de liberdade, desejei que aquele fosse o meu
céu. Era final de tarde e esperei ansiosamente que a noite não caísse As folhas oscilavam com o vento. Pedi que começasse a nevar
para que aqueles tons avermelhados se realçassem ainda mais, mas não nevou, apesar do frio que me atormentava atormentava. Passei longos
minutos a contemplá-la.
Quando partir não quero
um epitáfio de granito. Por favor, prometam-me que será uma árvore
como esta o meu epitáfio. Deixem que o que restar do meu sangue
possa contribui para esse nobre tom que colora as estrelas do céu
que quero que seja meu.
A noite foi caindo contra
a minha vontade e, quando já pouco era perceptível o tom dessa
árvore, quis aproximar-me para colher uma folha, uma única folha,
uma recordação desse paraíso edificado sob a copa dessa árvore,
que guardaria comigo para contemplar sempre que precisasse de me
imaginar num lugar melhor mas não consegui. Assim que dei o primeiro
passo esbarrei violentamente na vidraça. Logo me agarraram e tentei
novamente acercar-me e bruscamente me deitaram no chão. A minha
resistência foi em vão e arrastaram-me para ao meu cubículo,
enquanto esperneava e gritava "é ali que quero estar".
Sem comentários:
Enviar um comentário