terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Músicas para Escrever XIV, Mono - Halo


Detive-me perante essa árvore de tom vermelho e com pequenas folhas em forma de estrelas. Nesses poucos momentos de liberdade, desejei que aquele fosse o meu céu. Era final de tarde e esperei ansiosamente que a noite não caísse  As folhas oscilavam com o vento. Pedi que começasse a nevar para que aqueles tons avermelhados se realçassem ainda mais, mas não nevou, apesar do frio que me atormentava atormentava. Passei longos minutos a contemplá-la.
Quando partir não quero um epitáfio de granito. Por favor, prometam-me que será uma árvore como esta o meu epitáfio. Deixem que o que restar do meu sangue possa contribui para esse nobre tom que colora as estrelas do céu que quero que seja meu.
A noite foi caindo contra a minha vontade e, quando já pouco era perceptível o tom dessa árvore, quis aproximar-me para colher uma folha, uma única folha, uma recordação desse paraíso edificado sob a copa dessa árvore, que guardaria comigo para contemplar sempre que precisasse de me imaginar num lugar melhor mas não consegui. Assim que dei o primeiro passo esbarrei violentamente na vidraça. Logo me agarraram e tentei novamente acercar-me e bruscamente me deitaram no chão. A minha resistência foi em vão e arrastaram-me para ao meu cubículo, enquanto esperneava e gritava "é ali que quero estar".





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