Todos os humanos foram encaminhados para um enorme
anfiteatro, em disposições diferentes e, ainda assim, não foi
fácil a tarefa de predispô-los em lugares onde não conhecessem as
pessoas que os rodeavam.
Não houve publicidades e o espectáculo
preparava-se para começar.
Lentamente os holofotes iluminaram o
palco e descortinado o enorme objecto que ocupava a posição central
daquele palco: uma ampulheta.
Lentamente a areia ia caindo da âmbula
superior para a âmbula inferior.
Sussurros foram-se apoderando da
plateia, que se questionava entre si de qual seria o propósito
daquele espectáculo. Aos poucos, todos se foram abstraindo daquele
objecto que ditava o passar do tempo. E assim que cada grão passava
de uma âmbula para outra, uma história era narrada, um desabafo
encontrava conforto, um segredo encontrava um novo confidente, um
remorso desaparecia, uma lágrima corria, um sorriso era esboçado,
um abraço era dado, um beijo era trocado, um desejo de vingança era
esquecido, uma reconciliação acontecia, um sonho era partilhado,
uma nova esperança nascia. Não era permitido silêncio!
Assim se passaram 24 horas e quando o
último grão de areia caiu, ninguém queria partir. A Humanidade
estava restaurada!
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