E se eu fosse uma onda
nesse oceano imenso que em tanto se assemelha à vida?
Dias em que a calma seria
tudo em mim...
Outros dias em que tudo
começaria a agitar-se e eu balançaria ao ritmo de correntes
felizes, agrestes, fortes, explosivas e orgásmicas, para aqui para
ali, aquém e além mar, por paragens que nunca conheci, correndo
atrás de pés que criam trilhos: trilhos de amor, trilhos de
solidão, trilhos de multidões em busca de uma nova vida. Seria uma bênção para esses trilhos apaixonados, a companhia desses trilhos
de alguém só, a esperança dessas multidão que poderiam encontrar
em mim a força para se fazerem a uma nova terra, terra, quem sabe de
esperança. E veria todos os faróis que existem e conversaria com
eles e invejaria a confiança que eles dão a quem navega e as vidas
que terão salvo. Mas vidas também eu salvaria, arrastando náufragos para a costa...
Agora estou sereno, paira
uma brisa sobre mim e há um céu limpo e estrelado que me serve de lençol...É fantástica a cidade que vejo que, assim
como eu, vão acalmando até a última das luzes se apagar e até o
último dos noctívagos se entregar ao encantador mundo dos sonhos!
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