Foi mais um dia. Um dia
de lareira e chuvas alternadas com luzernas.
Um dia de agudos e
graves. Agudos momentos de recordações e graves momentos de moleza
num sofá que hesita libertar qualquer um que nele procure conforto
para aproveitar algum calor, seja ele vindo da lareira ou humano.
Como terá sido o balanço do conforto neste dia?
Eu marquei o meu lugar
entre esse sofá e o divagar pelos corredores da casa ou pelo jardim
quando a chuva dava tréguas.
Invejei os pássaros em
debandada, aproveitando os momentos em que o céu se apresentava
limpo. Invejei as nuvens que se moviam, para locais cada vez mais
longínquos, amparadas pelo vento. Invejei a chuva pela adrenalina de
cada gota em precipitação.
Foi mais um dia e
promessas e propagandas humanistas que voltarão novamente, apenas no
próximo ano (e espero estar errado). Posso não ter aproveitado
devidamente este dia. Talvez porque não aprecie coisas demasiado
efémeras, talvez porque prefiro ver o lado bom das pessoas todos os
dias e não apenas neste dia que passou, ou nas suas vésperas
coloridas por imensas luzinhas e canções imortalizadas É, de
facto, bom que, em algum momentos, este sentimentos de humanismos e
humanidade sejam instigados, no entanto, é triste que tenha que
haver uma época para fazê-lo. Nem tudo tem que ser tão específico
quando se trata de revelar a humanidade que há em cada Ser.
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